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domingo, 20 de junho de 2010

O tempo perdido e o leite derramado

Ontem fomos a uma festa anos 80. Em POA era a Balonê, aqui em Santos/SP é chamada Revival (anos 70, 80 e 90).
Se você vai a essas festas, lamento informar que está ficando velho... hehehe
Brincadeiras a parte, Renato Russo era um cara poderoso, profundo e escrevia coisas que somente depois de anos ouvindo as fichas caem.
Deixando aqui minha homenagem a José Saramago, outro que faz isso comigo, tenho a sensação de que são pessoas que estão muito além de nós e que percebiam algo que nem sequer vemos hoje.
Com o tempo vamos progredindo, no sentido intelectual, mas principalmente em sensibilidade e contato com as coisas verdadeiras, o que nos aproxima deles e então nos começar a ver. Como os bebês, começamos vendo algumas manchas coloridas que com o passar do tempo tomam forma.
Para que você possa entrar no clima, acesse o link e ouça Tempo Perdido, do Legião Urbana enquanto refletimos:  http://www.youtube.com/watch?v=059HEaYRve0

Letra:
Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem,
selvagem;
selvagem.

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo.

Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.

Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens,
tão jovens,
tão jovens.

A primeira sensação que me veio ouvindo essa música ontem foi saudosismo, melancolia e o quanto somos pouco responsáveis quando adolescentes. Nessa época eu estava aborrecente. Uns 12 aninhos, mas cheia de vontade de crescer. Já me sentia presa, por não poder fazer o que queria. Já me sentia atrasada, por ainda não saber inglês, não ter viajado pro exterior, por não conhecer o Rio..... hehehe
Incrível que já tinha o sentimento de que o tempo passava mais rápido do que eu precisava.
Hoje a relação com tempo nem mudou tanto assim.
Um dilema que nunca acaba: tendo tantos planos e metas e coisas que eu gostaria e que eu deveria fazer, como é que eu faço para não sentir culpa quando passo o dia todo sem fazer "nada de útil"?
Nada de útil = algo lúdico, as vezes até necessário, mas não útil para as metas e sonhos.
Eu achava que culpa era algo feminino, mas trocando idéia com meu sábio marido descobri que o problema não é o gênero feminino ou masculino, e sim a falta ou excesso de auto-estima.
Vou pensar nisso, mas acredito mais na hipótese de que pessoas que tem um alto nível de exigência consigo mesmas tem mais propensão a sentir culpa.
Como todos os defeitinhos básicos, o que nos diferencia dos demais e justamente a forma como lidamos com eles.
O fato de ter perdido tempo não necessariamente quer dizer que foi inútil o dia em todos os sentidos.
Costumamos avaliar do alto da nossa maior prioridade, e por isso, se a atividade não foi útil para aquele fim pode ter sido um dia em vão.
Voltando ao Renato Russo, informo: temos todo o tempo do mundo, sempre em frente e não temos tempo a perder.
Culpa deve funcionar como um alerta. Anote o que você aprendeu e mãos a obra, afinal chega de perder tempo.
Na verdade a atitude tomada diante de tudo deve ser muito consciente, ou seja, eu sei que talvez tenha feito algo com que não concordo. Fiz, já foi e ponto. A partir de agora tenho que lembrar de não fazer isso. Então o exercício é pensar em qual atitude teria sido a correta e gravar que esta é a atitude que você quer aplicar.
Assim é mais fácil de acertar da próxima vez. E essa tarefa leva cerca de 2 minutinhos.
Estamos sendo assertivos!
Afinal, se temos pouco tempo, a regra é determinar quanto podemos gastar com cada coisa. Não faríamos assim com o dinheiro? O detalhe é que trabalhando você consegue o saldo bancário que perdeu de volta, mas o tempo é irrecorrível, irrepetível, intrasferível.
Então, dois minutos pra sentir culpa não é suficiente?
Talvez alguns precisem de uns minutinhos a mais pra encontrar a ação correta, mas que sejam poucos.
E os psicólogos que me perdoem, mas não gosto de me sentir mal. Não gosto de chorar, nem de ficar triste, etc. Adoro injeção, a solução rápida para minhas dores.
Para finalizar por hoje, para os exigentes, fica a dica de manter um diário de atividades. Anote tudo o que fez e qual era a finalidade. No fim do dia visualize o balaio de coisas que fez e tire um tempo para relaxar, please!
Tenho ânsia de viver, então não me segurem por muito tempo que eu esperneio. (risos)

Um comentário:

  1. Jana, esse teu posta tem tudo a ver comigo hj. Montes de coisas pra fazer e pouco tempo. Tempo...
    Amei a lembrança da música.
    Já falei que adoro teu blog? Meu blog de cabeceira. :)
    Saudades!!!
    Beijos

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